Quando o tio João
partiu para o Brasil eu tinha ano e meio, por isso apenas o conheci no verão de
1964, aquando da sua vinda a Portugal em férias. Eu era nesse tempo estudante
num seminário, e o tio João chamava-me carinhosamente “o padreca”.
Interessou-se por dar cerca de um mês de férias aos meus pais, a mim próprio e
meus irmãos, alugando casa para tal na Nazaré, vila costeira, onde pela
primeira vez vi o mar e senti o cheiro e o sabor da água salgada. Com ele fiz
centenas de quilómetros, como único acompanhante, quando o meu pai foi
internado de urgência num hospital de Coimbra, não tendo podido avisar do local
onde se encontrava, e nós angustiados o procurávamos. Dele soubemos após uma
semana, através de um telefonema comunicado no sistema de som da praia, depois
de seguirmos diferentes hipóteses e num posto de polícia onde procurámos
informações sobre ocorrências de acidentes nos terem dito que “provavelmente
tinha fugido para o estrangeiro”, ( a década de sessenta foi a de maior
emigração clandestina para França). Não esqueço o potente automóvel que trouxe,
salvo erro um “Simca Tufão V8”, preto, que apesar da lastimável rede rodoviária
do tempo “papava léguas” com facilidade. Preocupado não só com a família mas
também com questões sociais e associativas dos portugueses em Maringá,
lembro-me que na Nazaré adquiriu os trajes típicos para um rancho folclórico a
fundar nessa cidade brasileira. Procurei fotos nos meus arquivos, mas naquele
tempo eram raras, e as únicas que encontrei foram duma jovem, àquele tempo com
15 ou 16 anos, Suely Santos Silva(será que se encontra na foto da família
Silva?), com a legenda “Estevês, perto da Escola”, e dum grupo de “turistas”
bem conhecidos, e que tomo a liberdade de anexar.
Espero amanhã poder
continuar a minha contribuição. Hoje termino anexando fotos especiais, que
foram espólio do avô Manuel e da avó Genoveva. Quem reconhece os príncipes?
Um Abraço
MCardoso
***Agradecemos a colaboração de Manuel Cardoso através deste post.***
***Agradecemos a colaboração de Manuel Cardoso através deste post.***
Fiquei surpresa ao ver que tens estas fotos. Apesar de muito pequena, tenho lembranças muito boas desta estadia. Espero retornar em breve para revê-los.
ResponderExcluirO do gravatinha é o mais bonito não acham ? Hoje eu entendo porque o Gustavo gostava de sandálias com meia. Tem para quem puxar....
ResponderExcluirAcho que o primeiro comentário foi da minha mãe, Vera, que se reconheceu na primeira foto, abraçada a irmã Isabel. Já o João continua modesto...hehehe A história relatada no post eu não conhecia... Muito bom compartilhar lembranças....:)
ResponderExcluirAh! Só para constar: o grupo folclórico ao qual o primo se refere tem nome de "Os Lusíadas" e é do Centro Português daqui de Maringá. O Centro Português é um clube, do qual o vô João é um dos fundadores e que reune patrícios e seus familiares, assim como preserva algumas tradições portuguesas aqui na terrinha verde e amarela. Este grupo folclórico realiza apresentações por todo o país e no exterior, inclusive já esteve em Portugal algumas vezes.
ResponderExcluirE a jovem de 14 anos cá está, hoje com um poucochinho mais...mas sempre bela, rsrsrs.
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