Quando meu avô tinha 19 anos, seu irmão Joaquim, que já morava no Brasil, conseguiu um emprego para ele no Dias Martins e assim convenceu seu pai (Bisavô Manuel) a deixá-lo partir para cá.
Ao chegar no Brasil, no Porto de Santos em 11 de maio de 1951, meu avô encontrou uma cidade como a da foto.
Em seguida ele foi para a casa do irmão em São José do Rio Preto, permaneceu por uns dias até que partiu em direção a Maringá, onde chegou no dia 30 de maio.
No ano de 1951, pouco havia por aqui, a não ser muita gente disposta a trabalhar, muito barro (mais precisamente uma terra vermelha) e mato. Segundo matéria publicada estes dias no jornal local em função do aniversário da cidade, "a nova cidade atraía gente das mais diversas nacionalidades e o resultado é que podia-se ouvir um idioma diferente a cada esquina; comércio tinha até placas em japonês. A vinda de um grande número de estrangeiros para Maringá, em seus primeiros anos, fez da cidade uma verdadeira babel" (http://www.odiario.com/maringa-65-anos/noticia/564965/estrangeiros/).
Eram japoneses, italianos e portugueses dispostos a trabalhar , crescer e fazer crescer a pequena cidade. Na foto abaixo a Maringá que o Vô João conheceu:
Abaixo o trecho que se refere à colonização lusitana em Maringá:
"Hábeis comerciantes, os lusitanos dominaram o setor de armazéns atacadistas, carnes e atuavam em vários segmentos, como bares e padarias. Falar em Veríssimo, Dias Martins, Vila Real, Gonçalves Sé, Açougue Luso Brasileiro Central, Bar Lisboa, Casa Ribeiro e outros, remetia logo a uma casa portuguesa, com certeza.
Os "patrícios" eram, também, requisitados marceneiros, aos quais se confiavam acabamentos finos em construções.
O empresário Fernando Ferraz, português de nascimento, que chegou a Maringá em1957 com menos de 20 anos para trabalhar como viajante na região e hoje é dono da Fábrica de Acolchoados Maringá, diz que era comum empresas atacadistas de secos e molhados da cidade trazerem trabalhadores de Portugal.Eles vinham para fazer o atendimento no balcão ou viajar com o objetivo de efetuar pedidos junto ao comércio varejista. Segundo Ferraz, "os portugueses também eram os principais compradores das toras que se amontoavam, em grande quantidade, na esplanada ao lado da linha férrea".
E assim foram criadas tantas famílias, inclusive a nossa, a partir de portugueses, vindos ao norte do Paraná para trabalhar, e não se esquivaram dessa missão, sendo responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento deste local. Observem a diferença entre as fotos anteriores e a Maringá de hoje, 61 anos depois.
Pois é, tenho orgulho de dizer que meu avô faz parte desta história e que mais que um município próspero, ele constituiu uma família linda na qual nos espelhamos, nos apoiamos e somos amados.
O exemplo dele e da vó Wilma é que faz a nossa união ser tão intensa e verdadeira, não porque é bonito almoçar em família aos domingos, mas porque, nos amamos e sentimos vontade de nos reunirmos!
E sentimos vontade também de nos reunirmos com aqueles que estão longe, e assim, pensar que em poucos dias iremos nos encontrar com todos vocês dá uma felicidade imensa, e também uma ansiedade imensa por aproveitar cada segundo!!!
Continuamos contando os dias para a reunião de família, mas, por hoje é só!
Aproveito que amanhã será dia das mães e deixo aqui um grande beijo à mães, avós e bisavós. Desejo que o Senhor dê a todas nós sabedoria, força e amor para auxiliarmos nossos filhos a crescer e caminhar nos caminhos do Senhor.
Beijos a todos e até breve!
Aline
A colonização luzitana em Maringá:
ResponderExcluirMuitos desconhecem, mas quem conviveu em Maringá por vários anos, tem condições de constatar esses acontecimentos. Nos idos de 1960 o seu glorioso Grêmio de Esportes Maringá, “O Galo do Norte”, era motivo de orgulho do povo maringaense, suas vitórias eram marcantes. Sua ascensão naquela época deveu-se em parte, aos grandes atacadistas portugueses, pois todos incentivavam o seu glorioso time, acompanhando-o nas importantes decisões e mesmo nas contribuições voluntárias. Nos anos de 1963, 1964 e 1965 foi sagrado tricampeão Norte-Paranaense e Bicampeão Estadual em 1963 e 1964. Nas tardes de domingos, as arquibancadas do Estádio Willie Davids, ficavam totalmente lotadas e, a torcida lusitana, aplaudia de pé a sua magnífica vitória – esse era o Galo do Norte.
Nelson Camacho